TOD transtorno opositivo desafiador

Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) – 3 Pilares no Tratamento

O transtorno opositivo desafiador (TOD) até pouco tempo era desconhecido do senso comum, mas o grau de dificuldade em lidar e a alta taxa de recorrência não o deixa atrás em relação aos outros tipos de transtornos.

Estudos mostram que a forma mais prejudicial, acomete em torno de 10% das crianças e até 50% dos casos, estão associados ao TDAH. O devido tratamento se torna imprescindível para que a criança não tenha perdas no aprendizado, social e emocional.

Mas afinal, o que é TOD?

De acordo com DSM-5, o transtorno opositivo desafiador se trata de um padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa com duração de pelo menos seis meses.

Não se trata apenas de uma criança desobediente, que não quer ir tomar banho, ir dormir, sair do videogame ou arrumar o quarto quando você manda.

Em primeiro lugar, precisamos entender que só se caracteriza um transtorno quando há a prejuízos na aprendizagem e no convívio social. Sendo assim, o TOD se caracteriza por crianças que estão o tempo todo contradizendo o que você diz.

Elas enfrentam, fazem o oposto do que você diz. Outra característica marcante é a esquiva, eles têm dificuldade em assumir suas ações e colocam a culpa em fatores externos ou em outras pessoas.

Vale lembrar que crianças com esse transtorno costumam ter problemas com autoestima, estão constantemente irritadas e podem acumular um prejuízo grande de aprendizagem e convívio social por não conseguirem seguir regras na escola e as orientação dos professores, pais e até mesmo colegas em brincadeiras.

Como se dá o tratamento?

O tratamento é multidisciplinar e se estabelece em torno de 3 segmentos:

  • Medicação;
  • Psicoterapia;
  • Suporte escolar;

Medicação

A medicação melhora a autorregulação do humor frente às frustrações.

Os medicamentos mais estudados para tratamento de transtorno de conduta (TC) e transtorno opositor desafiador (TOD) são os antipsicóticos e estabilizadores de humor.

Atualmente, os antipsicóticos atípicos como a risperidona são estudados e, especialmente em pacientes com baixo QI, é considerada significativamente eficaz na melhora da calma.

A risperidona tem um efeito favorável sobre um certo número de transtornos relacionados ao pensamento, emoções e comportamentos. Também melhora a tensão causada por esses transtornos além de ansiedade, agitação, redução da atenção / concentração, diminuição da capacidade de julgamento e comportamentos inadequados e agressivos.

Para ver mais detalhes sobre medicamento, clique no link abaixo para acessar um artigo disponibilizado no portal de secretaria da saúde Rio Preto SP:

http://saude.riopreto.sp.gov.br/transparencia/arqu/arqufunc/2018/risperidona_tod.pdf

Psicoterapia

A psicoterapia trabalha na mudança comportamental da família com medidas de manejo educacional como:

  • dar bons exemplos;
  • ter paciência;
  • explicar o motivo das ordens dadas;
  • entre outros;

A terapia para família pode ser necessária também. Esse ambiente familiar onde a criança está inserida é avaliado e a relação social que essa criança responde ao ser requirida sua participação.

Dessa forma, a terapia foca naquelas situações em que a criança precisa lidar com a frustração. É nesse momento que surge a raiva e outros traços ditos anteriormente.

Suporte escolar

O suporte escolar entra com apoio, reforço e abertura para um bom diálogo. Essa abertura melhora a interação do aluno opositor com as regras escolares.

Aqui você já observa que o diálogo com os pais é de suma importância para saber como lidar com a criança, saber do que gosta, o que mais chama sua atenção e onde tem mais dificuldade.

Já sabemos que a criança com transtorno opositivo desafiador (TOD) se opõe às regras e aos comandos do educador. Mas o profissional precisa ter a ideia clara de quem tem a autoridade é ele e não a criança.

Uma boa dica é o profissional se conter quando a criança tiver em um momento de raiva advinda de alguma contradição ou frustração. Aqui vale lembrar que a criança não consegue controlar essa raiva. Após 30 ou 40 minutos, conversar com a criança já mais calma e mostrar o que aconteceu. Dessa forma ela conseguirá perceber que existem caminhos mais vantajosos tanto para ela quanto para outras pessoas que se relacionam com a criança.

Outros aspectos importantes sobre transtorno opositivo desafiador

Outro fator muito importante a ser diagnosticado é a existência de outros transtornos que podem estar interligados ao TOD, como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno bipolar.

Estudos mostram que em até 50% dos casos, TDAH e TOD se apresentam associados.

Assim a criança pode ter TOD porque apresenta mais de uma dessas condições. O diagnóstico completo é de suma importância para que seja tratado de forma completa, de acordo com os déficits e necessidades que a criança apresentar.

Importante lembrar que se a criança não conseguir evoluir e lidar com suas frustrações, terá muitas dificuldades na adolescência e na vida adulta.

Infelizmente sabemos que a sociedade que já é carregada de preconceitos tem mais dificuldade em entender e acolher esses tipos de transtornos como transtorno opositivo desafiador (TOD) e mais tarde transtorno de conduta (TC) caso a criança não seja atendida com tratamento adequado.

Lembre-se, inclusão é uma responsabilidade de todos nós!